quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Limpe a nicotina do seu sistema. Vomitando.

dia de combate ao cigarro. Até aí nada de mais, temos dia pra tudo mesmo, e esse pelo menos é válido… Mas aí vou almoçar no shopping e, do nada, aparecem dois manés vestidos de cigarro-humano (o_O) pedindo pras pessoas atirarem petecas (o_O²) neles, para ganhar chocolates! (é, pare de fumar e fique obeso – esse deve ser o lema).
Ok, quem foi o gênio do marketing que inventou essa campanha? Sério, quem quer ver dois cigarros ambulantes durante o almoço? Já é ruim ver alguém fumando em qualquer horário (principalmente sentir aquele cheiro horrível), e ainda tinham que mostrar o troço em tamnaho Godzilla? Parece até aquela propaganda nojenta do Nicorette, o chiclete anti-nicotina. Céus, tenho ânsias de vômito só de lembrar daquela mulher fugindo do cigarro que solta fumaça e faz achhhh.
BLERGH, HUGH, UGHHH, AHHHH

Então tá, também não ligo mais.


Estava zapeando pelos infinitos canais da TV aberta no domingo, quando, ao passar pelo SBT, dou de cara com o Celso Portioli com uma camisa com os seguintes dizeres: “I really don’t care what you say”. Para os que nunca fizeram aula de inglês, isso quer dizer: “Eu realmente não me importo com o que vocês dizem”. Eu parei. Reli a frase. De novo. Não acreditava que um programa que se resume a atender pessoas no telefone e conversar com elas colocaria seu apresentador numa camisa daquelas. Mas então, logo no primeiro telefonema, depois dos habituais gritos da família que se reuniu pra comer a macarronada de domingo percebendo que seria provavelmente a única vez na vida que apareceriam na TV, uma mulher começou a falar que achava o Celso lindo (pfff…) e estava grávida e que ia dar a luz no mês que vem e patati e patatá. Aí eu entendi o porquê da blusa.

Ah, os shoppings e suas promoções…


E o Diamond Mall está fazendo a Escola Botafogo Praia Shopping de brindes. Aliás, já está no mestrado, olha só a promoção de Natal do shopping:
Gastando R$400 em compras, você ganha um lindo panetone!!!!!
Isso mesmo: QUA-TRO-CEN-TOS reais. Um PA-NE-TO-NE. Aquele que custa 7 reais na padaria da esquina.
Carinho, né?

Da minha infância querida que os anos não trazem mais

maio 29, 2010
(clica que aumenta)
Os que consegui lembrar:
  • ET
  • Indiana Jones
  • BA do Esquadrão Classe A
  • He-Man
  • Michael Jackson
  • Ursinhos Carinhosos
  • Thundercats
  • Aquele cara do Super Catch
  • Comandos em Ação
  • She-Ra
  • Smurfs
  • Aquele desenho parecido com Os Smurfs só que na água
  • Silver Hawks (Thundercats no espaço)
  • O Michelangelo e o Destruidor de Tartarugas Ninja
  • Sloth quer chocolate (Goonies)
  • Tron
  • Super Mario
  • Transformers
  • Bravestarr
  • Caça-Fantasmas
  • Transformers
  • Jet
  • Rambo
  • Pac-Man
Bom, também sei do Ronald Reagan, mas não da época, hehehe.
Bateu saudade…

Nem sei se gosto.

O doutor sabe tudo, mas é chato pra caramba... E isso é ótimo!


Estou assistindo Dr. House, M.D., um excelente seriado médico. Conta a história de um médico (o House do título) que tem um problema na perna, e é bem chato, murrinha, irônico, irritante e sarcástico . Além disso ele detesta qualquer contato com pacientes - afinal, todos mentem - e só vai no quarto quando estritamente necessário. O problema é que ele quase sempre está certo...

Os episódios quase sempre seguem uma mesma ordem:

1. Tomada externa mostrando alguém tendo um ataque,
2. Créditos (muito bons, por sinal),
3. House só pega o caso depois que percebe que não é simples (em 5 ou 10 segundos!),
4. Fazem um brainstorm, sempre usando "Diagnóstico Diferencial"
4. Dá um remédio, o remédio não funciona, e fazem exames (MRI, EKG, EEG e um monte de siglas)
5. Repita o passo 4 umas duas vezes,
6. Paciente quase morre,
7. Acha-se a cura e o paciente não morre. ÊÊÊ - bem, quase sempre...

Isso não quer dizer, porém, que o seriado é chato e repetitivo. Muito pelo contrário. Por causa principalmente de House e seus atos politicamente incorretos, essa série é uma ótima surpresa. Nota .

Ainda não descobri se gosto messmo ou não.
 Do cara com o copo de café para a esquerda: Dr. House, Dr. Chase, Dr. Cuddy,
Dr. Foreman, Dr. Wilson, Dr. Cameron

O guardador de rebanhos - VIII

O guardador de rebanhos - VIII


Fernando Pessoa
(Alberto Caeiro)
[213]


Num meio dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia
Vi Jesus Cristo descer à terra,
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.



Tinha fugido do céu,
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras,
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem


E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.

Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três,
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz

E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz no braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras nos burros,
Rouba as frutas dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as cousas,
Aponta-me todas as cousas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus,
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar no chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia,
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.

Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que as criou, do que duvido" -
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
mas os seres não cantam nada,
se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres".
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
..........................................................................

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos a dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das cousas só dos homens
E ele sorri, porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos-mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade

Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do sol
A variar os montes e os vales,
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos,
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
.................................................................................

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu no colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
....................................................................................

Esta é a história do meu Menino Jesus,
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

domingo, 6 de novembro de 2011

O Jardineiro cego

O Jardineiro Cego.

Havia um rapaz cego que cuidava do jardim de sua residência numa cidade pequena. Plantava muitas flores e cuidava do seu jardim com todo zelo e dedicação. Vivia a vida com os seus familiares e plantava rosas, margaridas e outras espécies de flores no jardim de casa. Vivia triste, muito triste, pois achava que ninguém gostava dele e  todos ao seu redor o tratavam muito mal, não o compreendiam então este jardineiro resolveu que iria sair ao mundo plantando flores para alegrar a todos que passassem por estes caminhos e quando os seus familiares o procuraram ele havia partido sozinho.
Saiu a plantar flores por onde passava derramando todo o seu amor e sua alegria e em todas as estradas e em todos os caminhos ele plantava as flores de beleza sublime e de amor indescritível. Após três meses de viagem plantando flores resolveu que era hora de retornar para casa e trilhou o mesmo caminho de volta constatando que todas as flores que plantou estavam destruídas ou com praga. Não teve um caminho que as flores estivessem a embelezar o ambiente e o jardineiro ficou muito triste e ao chegar a sua casa tudo estava do mesmo jeito de seis meses atrás. Estava toda limpa e o jardim bem cuidado com flores de todas as espécies e os seus familiares ao avistá-lo fizeram a maior festa com toda alegria e todo amor do mundo. O rapaz  não sabia o que falar e sentiu-se muito mal julgara os familiares e todos que ele achava que não gostavam dele que não admiravam a beleza do seu jardim, o perfume das flores e abaixou a cabeça e ao reflexionar a sua caminhada os seus olhos espirituais foram abertos e ele enfim pode enxergar que o cego e o ingrato era ele mesmo, pois não se permitia enxergar  as outras pessoas como elas são com as suas imperfeições e suas limitações. Não conseguia ver a bondade que estava ao seu redor a te acolher com todo amor e toda atenção. Entendeu enfim que para ser feliz não era preciso plantar flores no jardim do mundo, mas regar as flores plantadas no seu jardim, que deveria abrir os olhos espirituais e derramar todo o seu amor sem cobranças e nem espera de elogios. Que amar e acolher a tudo e a todos fazia parte do trabalho do jardineiro, separar as flores em espécies e arrancar as plantas daninhas que iriam prejudicar o desenvolvimento e a belezas das flores. Que cuidar é amar e amar é atenção e respeito com tudo que se encontra ao seu redor.
Irmãos, devemos todos nós fazermos as nossas plantações de flores no nosso ceio familiar primeiramente e no nosso círculo de amizade para depois de uma plantação resistente e bela enraizada num terreno fértil partirmos para plantações nos caminhos da vida, pois já teremos sementes resistentes a todas as adversidades dos caminhos e a chance destas flores brotarem e darem mais flores serão mais reais, só nos restando a todos que continuem regando as flores, pois se deixarmos de regá-las todas secarão. O trabalho não consiste em apenas plantar e sim em plantar e regar eternamente.
Que possamos plantar e regar flores em todos os nossos caminhos.