sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Será que a mulher rejeitada tem espírito de vingança?

Reação feminina em caso de separação



Ela passou o primeiro dia empacotando todos os seus pertences em Caixas, engradados e malas.

No segundo dia, ela chamou os homens da transportadora que levaram a mudança.

No terceiro dia, ela se sentou pela última vez na bela mesa da sala de jantar, à luz de velas, pôs uma música suave e se deliciou com uns camarões, um pote de caviar e um garrafa de Chardonnay.

Quando terminou, foi a cada um dos aposentos e colocou alguns pedaços de casca de camarão, besuntados com caviar, dentro dos varões das cortinas.

Depois ela limpou a cozinha e se foi.

Quando o marido retornou com a nova namorada, tudo estava um brinco nos primeiros dias.

Depois, pouco a pouco, a casa começou a feder.

Eles tentaram de tudo: limpando, lavando e arejando a casa..

Todas as aberturas de ventilação foram verificadas à procura de possíveis ratos mortos e os tapetes foram limpos com vapor..

Desodorantes de ar e ambiente foram pendurados em todos os lugares..

A empresa de combate a insetos foi chamada para colocar gás em todos os encanamentos, durante alguns dias, durante os quais tiverem de sair da casa, e no fim ainda tiveram de pagar para substituir o caríssimo carpete de lã.

Nada funcionou.

As pessoas pararam de visitá-los.

Os funcionários das empresas de consertos se recusavam a trabalhar na casa..

A empregada se demitiu..

Finalmente, eles não suportavam mais o fedor e decidiram se mudar.

Um mês depois, apesar de terem reduzido o valor da casa em 50%,eles não conseguiram um comprador para a casa fedorenta.

A notícia se espalhava e nem mesmo corretores de imóveis locais retornavam as ligações.

Finalmente, eles tiveram de fazer um grande empréstimo do banco para comprar uma casa nova.

A ex-esposa ligou para o marido e perguntou como andavam as coisas.

Ele disse a ela o martírio da casa podre.

Ela escutou pacientemente e disse que sentia muitas saudades da casa antiga e que estaria disposta a reduzir a parte que lhe caberia do acordo de separação dos bens em troca pela casa.

Sabendo que a ex-mulher não tinha idéia de como estava o fedor, ele concordou com um preço que era cerca de 1/10 do que valeria a casa.

Mas só, se ela assinasse os papéis naquele dia mesmo.

Ela concordou e em menos de uma hora, os advogados deles entregavam os documentos.

Uma semana depois, o homem e sua namorada assistiam, com um sorriso malicioso, os homens da mudança empacotando tudo para levar para a sua nova casa...


...incluindo os varais das cortinas!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Ressaca de carnaval


Bloco de rua

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Sou do tempo em que não se brincava Carnaval nas ruas do Rio de Janeiro. A minha percepção de moça era de que a ditadura militar, tão reativa às manifestações populares e às aglutinações públicas, era a culpada pelo fenômeno. Não sei. O fato é que a cidade passou um longo período muda. Fora a Sapucaí e a Rio Branco, as opções a portas fechadas eram bailes de clube e orgias romanas.
O Cacique de Ramos, o Bola Preta e a Banda de Ipanema faziam parte da resistência.
Meu espírito de foliã desabrochou tarde, em um esplendoroso Carnaval em Salvador. A velha sociofobia se rendeu aos shows peripatéticos. Na Bahia, não se ouve somente música de Carnaval. É claro que existem o axé e os refrões irresistíveis, como o da água mineral, mas ver Carlinhos Brown reger a Timbalada no Guarani, interpretar Zé Ramalho, Gil atacar o repertório de Londres e Baby e os seus, em uma peregrinação de um dia inteiro, fazerem uma retrospectiva histórica da carreira da diva foram grandes surpresas do Baco à baiana.
E mais Ivete, Ben Jor, Marisa, Caetano, o Gandhi, o Ilê e os Apaches. Imperdível.
Os fracos, que têm por costume voltar para casa antes das 10 do dia seguinte, acordavam para descobrir que haviam partido no momento culminante da festa. A grande ameaça do Carnaval soteropolitano é o sono.
Na época, o Rio era um deserto. Tímidos blocos arriscavam sair, mortos-vivos de Michael Jackson, morrendo à míngua nas vielas vazias. Havíamos perdido o rumo.
Hoje, o Bola Preta bateu o Galo da Madrugada, do Recife, em número de foliões e Preta Gil teve de ser transferida para o Centro. A profusão de adeptos tumultua a orla e faz xixi nos canteiros. O prefeito Eduardo Paes, amante da folia, enfrenta os dilemas da organização. No meio da semana, um cortejo saiu sem autorização e engastalhou o tráfego de Botafogo. A guarda entrou em contato com a prefeitura: reprime ou não reprime? O prefeito mandou seguir. Ia fazer o quê? Botar todo mundo em cana?
O Carnaval carioca guarda o tom do improviso. Em Salvador, comandos de quatro soldados baixam o cacete de maneira cirúrgica para garantir paz na procissão de eufóricos. O Rio é amador.
Os blocos cariocas soam canhestros aos ouvidos do meu amigo baiano, o violonista e compositor Cézar Mendes. Salvo exceções, e ele deu como exemplo os naipes dos metais da Banda de Ipanema, Cézar constata que na Bahia, ao contrário do Rio, os músicos são profissionais. Virtuoses, diz ele. E se escuta bem mesmo longe das caixas. Aqui, quem vem no rabo da bagunça mal entende o que se canta na frente, em um agudo estourado, como uma buzina estridente.
A observação me fez pensar que, talvez, a motivação primeira do Carnaval do Rio não seja a música. O Simpatia, o Que M. é Essa?, o Me Beija que Eu Sou Cineasta são como o Baixo Gávea, a Guanabara e a Lapa, salões ambulantes, fiéis à tradição do chope e do filé- aperitivo. Entendi, ouvindo a crítica do baiano, que o que puxa a parada no Rio é a boemia.
Carioca tem horror a visita, mas gasta as horas perambulando pelos bares e calçadas. A cidade é a sala, habemus esquinas. É a esse caráter que devemos a volta do Carnaval.
O renascimento passa por um instante glorioso. Os blocos cresceram, mas ainda não viraram um negócio. Em dez anos, o Monobloco fechará o Aterro e a guerra ambiental dos jardins da orla contra os Napoleões de Boulevard provocará a proliferação desenfreada da iúca, planta dura em formato de agulha capaz de cegar o incauto. Tapumes de madeira farão um curral do percurso e o abadá, tomara que não, será permitido.
Venha o que vier, espero que a informalidade resista. Espero, também, que, além dos botequins, a paixão pelas churrascarias evolua para a fundação do Espeta as Carnes, do Picanha Nobre e do Estou em Brasa.