sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Esta era minha infancia. VILA SÉSAMO - Isso entrega idade.


Vila Sésamo (1974/1977 - TV Globo/TV Culcura)


 
(Sônia Braga, Armando Bógus, Aracy Balabanian, Milton Gonçalves e as crianças).
O programa "Vila Sésamo" era uma coprodução da TV Globo com a TV Cultura de São Paulo, exibido de1972 a 1977. O programa ia ao ar de segunda a sexta-feira, em duas edições diárias, pela manhã e à tarde: 10h45 e às 16h. A duração do infantil era de meia a uma hora.
O infantil tinha coordenação de Wilson Aguiar e direção de cena de Milton Gonçalves; assistência de direção de David Grinberg e produção de Jayme Leite de Godoy Camargo. O cenário de “Vila Sésamo” representava uma vila, onde crianças conviviam com adultos e bonecos. Ali, eram apresentados pequenos esquetes com duração máxima de três minutos e a mesma informação era repetida mais de uma vez. Com tom de brincadeira, o programa ensinava, estimulando o raciocínio. Transmitia noções básicas do alfabeto, números e cores.
O elenco principal era composto por Aracy Balabanian (Gabriela), Armando Bógus, (Juca), Paulo José (Mágico), Flávio Migliaccio (Edifício), Sônia Braga (Ana Maria), Laerte Morrone (Garibaldo), Manuel Inocêncio (Seu Almeida), Milton Gonçalves (Professor Leão), Ayres Pinto (Cuca), Luiz Antonio Angelucci (Bruno), Marcos Miranda (Funga Funga) e Roberto Orozco (Gugu). Na versão brasileira, a rua foi transformada em uma vila operária, onde personagens tipicamente brasileiros viviam.

O bem-humorado Juca era o faz-tudo local, capaz de consertar qualquer coisa. Sua esposa Gabriela representava a típica mãezona, atenciosa, paciente e doceira de mão cheia. Ana Maria era a professora brincalhona e era namorada de Antônio, motorista de caminhão.
Já a partir de 1973, o programa passou a ser inteiramente nacional. Nessa época foram criadas as versões brasileiras dos famosos bonecos Garibaldo e Gugu por Naum Alves de Souza. Garibaldo (Laerte Morrone) era uma mistura de galinha e pato, alto e desengonçado. Adorava aprender coisas novas e vivia brigando com o mal-humorado Gugu (Roberto Orozco). Sempre ranzinza, Gugu não saía do barril onde morava. Garibaldo tinha ainda um amigo imaginário, o Funga funga (Marcos Miranda). Meio rato, meio elefante, ele aparecia somente para as crianças.
(Aracy, Garibaldo e Sônia Braga).
Os bonecos foram especialmente criados para que as crianças se identificassem com suas personalidades e atitudes. Eles tropeçavam, erravam e faziam bobagens, não eram heróis infalíveis.
A partir dessa data, as músicas do programa original também foram substituídas por outras, compostas por Marcos e Paulo Sérgio Valle, e os textos foram entregues a escritores brasileiros como Dinah Silveira de Queiroz, Ivan Lessa, Marcos Rey, Ronaldo Ciabrone e Carlos Alberto Seidl.
Os adultos, não eram chatos, mas viviam brigando e exigindo da garotada o cumprimento de seus deveres.
Dos adultos o mais simpático era a Gabriela (Aracy Balabaniam), casada com o mecânico Juca (Armando Bógus), que funcionavam como uma figura de mãe e pai da molecada da Vila. Enquanto a professorinha Ana Maria (Sônia Braga, em seu primeiro papel na TV) namorava Antônio (Flávio Galvão).

A equipe ensaiava diversas situações sugeridas por uma equipe de psicólogos e só depois convidava crianças de escolas públicas para participar do programa.

Foram 150 episódios com 52 minutos de duração. As mensagens repetiam a filosofia dos comerciais: "se você não entendeu agora, não tem importância, pois essa mensagem será repetida".
Balabanian comentou, na época, que viu muita gente aprender a ler e a escrever acompanhando a "Vila Sésamo".
Curiosidades:
- O programa era uma adaptação da série americana "Sésamo Street". A série original foi criada pela Childrens Television Workshop para tirar as crianças das ruas e proteger os guetos nova-iorquinos.
- A ideia de trazer o programa para o Brasil foi de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni), na época diretor geral da Central Globo de Produções, e Cláudio Petraglia, então diretor da TV Cultura. Edwaldo Pacote também fez parte do projeto.
- A primeira fase da versão brasileira foi apresentada simultaneamente pela TV Cultura de São Paulo e pela Rede Globo, de 1972 a 1974. Como inicialmente a Globo não tinha estúdio para as gravações, estabeleceu-se uma co-produção entre as duas emissoras. No entanto, só a Rede Globo continuou exibindo “Vila Sésamo” numa segunda fase (de 1974 a 1975) e, posteriormente, numa terceira fase (de 1975 a 1977).
- Porém, nem tudo eram brigadeiros e empadinhas. Os pobres dos atores, como sempre acontece nos anos de repressão, eram obrigados a gravar diante de um censor imposto pelo governo.
- Apesar de ter sido exibido numa época de regime militar no Brasil, ele conseguiu driblar a censura e chegar à realidade brasileira com muita tranquilidade e grande sucesso. Como seria este programa nos dias de hoje? Só revendo, poderíamos saber, concordam?
Na segunda fase:
- Produzida exclusivamente pela Globo a partir de 1974, “Vila Sésamo” contava com uma equipe de cerca de 350 pessoas e com a participação de aproximadamente 800 crianças. Naum Alves de Souza era responsável pela direção de bonecos e Cyro del Nero pela direção de arte.
- O horário de exibição foi alterado para 14h30. Às 10h30 era exibido uma reprise do infantil. “Vila Sésamo” passou a ter 30 minutos de duração, ganhando em dinamismo.
- O figurino também sofreu alterações: os atores trocavam de roupa várias vezes para transmitir a ideia da importância da higiene pessoal para as crianças.
Na terceira fase:
- Em 1975, três anos depois da estreia, “Vila Sésamo” entrou na terceira fase. Empregando métodos educacionais brasileiros para maior integração com a nossa realidade, foram incluídos 20 novos personagens, todos criados pela equipe do programa, chefiada por Wilson Aguiar, diretor da Divisão de Educação da Rede Globo. Alguns deles eram Pipoca (Teresa Cristina), Jujuba (Elany Del Vechio), Marocas (Sônia Guedes), Marinheiro (Antônio Petrin), Sabichão (Henrique Lisboa) e Bidu (Aziz Bajur). 
- A grande preocupação do programa, segundo Wilson Aguiar, era diminuir as diferenças culturais entre as crianças de classes sociais distintas.

- Em 1972, "Vila Sésamo" recebeu o Troféu Helena Silveira em duas categorias – Melhor Programa Cultural e Revelação Feminina (Sônia Braga) –, além do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor programa em sua categoria.
- O nome da versão nacional foi sugerido por Boni. Segundo ele, a tradução literal (“Rua Sésamo”) não estaria de acordo com a realidade brasileira da época, já que o ambiente familiar de convívio das crianças era a vila, e não a rua.
- A adaptação brasileira da série norte-americana foi a primeira do mundo.
- O intérprete do Garibaldi brasileiro era o ator Laerte Morrone, Nos Estados Unidos, o ator americano que dava vida ao personagem usava um monitor de tevê dentro da roupa para poder se orientar em cena. Laerte Morrone preferiu arrancar algumas penas do seu figurino de avestruz para poder enxergar e evitar tropeços no estúdio.
- Na versão americana, o Garibaldo era amarelo. No Brasil, ele ganhou a cor azul.
- A música de abertura do programa contagiava todos os telespectadores, das crianças aos adultos. “Alegria da vida”, de Paulo Sérgio Valle, Nelson Motta e Marcos Valle, dizia: “Todo dia é dia, Toda hora é hora / De saber que este mundo é seu... /Se você for amigo e companheiro, Com alegria e imaginação! / Vivendo e sorrindo, / Criando e rindo, / Será muito feliz e Todos... /Serão também!”.
Todas as informações deste texto e as imagens que o ilustram foram pesquisadas em sites da Internet e no Projeto Memória Globo.
Que saudade boa, né? 
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário