quarta-feira, 19 de outubro de 2011

humano ecologicamente correto

Sacolas plásticas ou sacolas ecológicas Acordei hoje  e decidi ser um ser humano ecologicamente correto, comprei uma sacola ecologicamente. Ouvimos diariamente e em toda parte conselhos para que troquemos as famosas sacolas plásticas dos supermercados pelas não menos famosas sacolas ecológicas, considerando tal substituição um ato de cidadania e demonstração de consciência ecológica. Quando você decide fazer uma mudança simples em sua vida em favor do meio ambiente percebe como as coisas estão organizadas para nossa comodidade e nem um pouco para a sustentabilidade. À primeira vista parece fácil: para viver sem sacolinhas descartáveis, basta comprar uma sacola de pano e ir às compras com ela debaixo do braço. Diante de tanto alarde sobre o tema, decidi ser um bom cidadão ( pelo menos tentei), e assumo o risco e assumo de confessar que, além de não usar sacola ecológica, faço questão de colocar minhas compras nas sacolinhas plásticas. 

Digo que as sacolinhas do supermercado cabem como uma luva em todas as lixeiras da minha casa, enquanto aqueles sacos para lixo deixam um espaço que acaba por ser usado para dar um nó. Resumindo: se eu não usar sacolinhas de supermercado para o lixo, terei que usar outro tipo de saco (o comprado), o que não melhora em nada meu comportamento ecológico. Andando pelas ruas é fácil perceber como a coleta urbana se organizou para depender das minhas amadas sacolinhas. Na frente das casas vemos lixeiras elevadas e abertas desenhadas para acomodar lixo embalado. Nos condomínios, vemos depósitos de lixo com tampa, mas fixos no chão. Se o lixo não estiver embalado, não há como tirá-lo de dentro do depósito. Ainda é raro ver lixeiras basculantes que são a grande sacada, pois podem receber o lixo diretamente sem embalar. O lixeiro manuseia facilmente esse tipo de lixeira porque ela tem rodinhas e como é bem vedada, não causa problemas sanitários. 

É evidente que os supermercados será sempre os primeiros a incentivar o uso das sacolas ecológicas, e justifico esta afirmação com quatro – deve haver mais – motivos para que o façam: 1) vendem mais sacos de lixo; 2) vendem mais sacolas ecológicas; 3) economizam com as sacolas plásticas; 4) assumem perante a sociedade uma imagem de “empresa do bem”.

Em vez desta ladainha toda de sacola ecológica, poderíamos tomar medidas que realmente surtiriam algum efeito em nosso meio ambiente. Que tal privilegiar a alimentação baseada em legumes, frutas e verduras? Parece pouco? Vejam algumas vantagens com esta mudança de hábito: 1) redução de consumo de produtos embalados (menos embalagens, menos lixo); 2) melhora da qualidade de vida, reduzindo o consumo de medicamentos, que utilizam muita embalagem; 3) estímulo à produção agrícola, reduzindo o êxodo rural e aliviando a superlotação dos grandes centros. 


E sabem por que estas ações não são largamente incentivadas? Porque a produção agrícola não gera o lucro que gera a produção industrial, que além de vender o produto que consumimos, vende toneladas de embalagens, que cabem perfeitamente em sacolas ecológicas.

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