Poucas
vezes sentiu-se um clima tão grande de nostalgia nas emissoras e no
público como nesse ano de 2011. Todos curtiram muito os repetecos dos
anos 80 e 90 do Canal Viva, e até da Globo, que raramente reprisa
novelas antigas.
No
Viva, a reprise de Vale Tudo (1988) bateu recorde de audiência na tv
por assinatura e repercutiu bastante nas redes sociais. Todos vibraram
novamente com O "Quem matou Odete Roitman", mesmo já sabendo o final. Ao
contrário do que muitos pensavam, a novela de Gilberto Braga nunca
esteve tão atual e talvez por isso mesmo a reprise tenha feito tanto
sucesso. Depois veio Roque Santeiro (1985), que não obteve o mesmo
sucesso de Vale Tudo. Apesar do ótimo elenco, Roque Santeiro soa muito
datada, na minha modesta opinião. A trama embora atual em alguns
aspectos, faz parte de um estilo de teledramatrgia que não é mais
novidade, pois as inovações que a novela apresentou na época, não
surpreendem hoje em dia. Apesar disso, a reprise de Roque é muito bem
vinda e é uma ótima oportunidade para os mais jovens conhecerem a boa
história de Dias Gomes e Aguinaldo Silva.
No
horário das 16:30 do Viva, curtimos o finalzinho da romântica Por Amor
(1997) de Manoel Carlos e O Rei do Gado (1996), grande sucesso rural de
Benedito Ruy Barbosa. Maneco e Benedito são dois autores de estilos
lentos e meio arrastados, mas possuem uma grande habilidade em emocionar
o público. E para substituir O rei do gado, veio Barriga de aluguel, um
grande sucesso de Glória Perez, que inovou muito em 1990 ao abordar um
assunto ainda meio desconhecido na época. A disputa entre Ana (Cássia
Kiss), a mãe biológica e Clara (Claudia Abreu), a mãe de aluguel,
movimentou muito o público e provocou uma grande discussão sobre a ética
envolvendo inseminação artificial e mães de aluguel. Apesar da trilha
sonora repetitiva, que toca uma mesma música várias vezes durante um
capítulo, a história de Barriga de aluguel é muito atraente ainda hoje. O
único senão da novela é a sua longa duração: 243 capítulos, o que
certamente fez com que a trama ficasse meio parada em algum momento.
E
às 15:30, o Viva apostou em Quatro por quatro (1994), Vamp (1991) e Top
Model (1989), todas novelas das sete, com tramas muito divertidas, que
agradam muito ao público mais jovem. As confusões de Rai (Marcello
Novaes) e Babalu (Letícia Spiller) de Quatro por quatro, ainda fazem rir
muito. Top Model, com a moda como tema principal, também tem tudo para
conquistar novamente o público, visto que as novelas que falam de moda
costumam agradar quase sempre. Quanto a Vamp, senti que esse negócio de
história vampiresca, está cada vez mais cafona e fora de moda. A novela é
infantil demais e a atuação do elenco (principalmente dos atores que
faziam os vampiros), muito exagerada. Pode ter sido uma revolução na
época em que foi feita, mas hoje em dia, depois do fracasso que foi O
beijo do Vampiro (2002) e com os vampiros chatos de Os Mutantes (2008)
ainda bem presentes na memória do público, novelas com esse tema estão
meio cansativas. Não estou falando mal da novela, apenas sobre o tema
vampiresco dela. Mesmo assim, tenho certeza que o público,
principalmente o infantil, deve ter curtido muito essa reprise.
Com todo esse clima de nostalgia provocado pelas reprises do Viva, até a Globo resolveu tirar do baú novelas mais antigas.
Depois
do fracasso da reprise de Sete Pecados (2007), trama muito recente, a
emissora apostou na reprise de O Clone (2001) e viu sua audiência
aumentar. Depois a emissora foi ainda mais longe no túnel do tempo e
trouxe de volta mais uma vez, Mulheres de Areia (1993), um grande
sucesso de Ivani Ribeiro que traz Gloria Pires como as inesquecíveis
gêmeas Ruth e Raquel. Com uma trama folhetinesca, mas muito bem
construida, a novela tem muitos personagens inesquecíveis, como Tonho da
Lua (Marcos Frota) e Malu (Viviane Pasmanter). O sucesso que a novela
vem fazendo, ganhando inclusive de Malhação, mostra que sua trama
continua ainda muito atraente.
Essa
tendência atual das emissoras de reprisar novelas mais antigas, só
demonstra o quanto as novelas do passado eram bem feitas, com uma
qualidade muito superior às tramas atuais, que estão cada vez mais
repetitivas e estagnadas. Até o Sbt está reprisando Marimar, um grande
sucesso mexicano de 1994. Sucesso de audiência, a trama já ganhou até da
Globo.
Espero
que essa tendência de reprise de novelas mais antigas continue, não só
no Viva, mas também na Globo. Os saudosistas e a nova geração de
noveleiros, agradecem.
Para
terminar esse tópico, deixo vocês com as fotos de uma cena que sempre
vale a pena ver de novo: O assassinato de Odete Roitman.
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