domingo, 8 de janeiro de 2012

Afinal, amigo é tudo. Aliás, vou voltar a usar caderneta de telefones, vou comprar uma nova e deixar de ser refém do meu celular.

Houve um tempo — e nem faz tanto tempo assim — que eu costumava brincar dizendo que tinha plastificado minha caderneta de telefones, um jeito de dizer que não queria fazer novos amigos, que os amigos que construí ao longo dos anos já me bastavam. Pode parecer estranho, mas eu realmente achava que amigo se faz até o começo da maturidade e que, depois, só se conservam e se cuida dos amigos da vida toda. Acho que foi por conta destas convicções que me surpreendi quando me dei conta, no fim do ano passado, que tinha realmente feito amigos novos. Amigos mesmo, de conversar, de confidenciar, de rir junto e de se entender sem falar, só na troca de olhar. Claro que não são muitos. Claro também que não estou falando das redes sociais, até porque, nelas, tenho ‘amigos’ que nunca vi, nem com quem nunca conversei, mesmo virtualmente. Aliás, dei sorte, aceitei muitos ‘amigos’ que são pessoas gentis, atenciosas, com quem não tive nenhuma sorte de desavença, nem aborrecimento. Só carinho.

Mas amigo é outra coisa. E é tão importante que nem consigo imaginar minha vida sem eles. E muitas vezes, por questões meramente geográficas, fico meses sem ver alguns deles e quando vejo é como se a última conversa tivesse sido ontem à noite. E isto vale para longas conversas ao telefone, quase madrugada, hora ótima para troca de ideias, para analisar o cotidiano de cada um. Aliás, adoro estes telefonemas sem pressa, nem interferências da vida lá fora. E vale até para velhas amigas, daquelas que conhecemos desde os tempos de colégio, ou para aquelas cuja amizade está se construindo a partir dos últimos dois anos. É muito bom fazer amigos. Claro que é preciso avaliar bem, prestar atenção nas pessoas; afinal, na maturidade não se quer errar. E também já não há tempo pra ser tão ingênua a ponto de achar que todas as pessoas que você acaba de conhecer querem ser sua amiga ou seu amigo porque você é a tal. Ou o tal.

Bobo é quem se acha. Além disto, os chatos de plantão sempre existirão. Os interesseiros, também. Mas nada que a intuição e a atenção não possam ajudar a separar o joio do trigo. Eu gosto muito de ter amigo antigo, de muitos e muitos anos. Acho mesmo que antiguidade é posto e desconfio muito de quem não tem amigo antigo. Mas gostei muito das descobertas que fiz, dos novos amigos que conquistei. Definitivamente, não vou plastificar minha caderneta de telefones. Afinal, amigo é tudo. Aliás, vou voltar a usar caderneta de telefones, vou comprar uma nova e deixar de ser refém do meu celular.

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