quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O artista plástico Michel Goldfarb Costa está foragido. Ele saiu de casa com uma arma em punho atirando contra carros e pessoas.

Fugir de uma situação de extrema pobreza e enfrentar o desemprego ou um drama familiar – até que ponto somos capazes de resistir à pressão da vida? Chama a atenção o caso do artista plástico Michel Goldfarb Costa, que vivia uma vida pacata, mas que no início da semana roubou carros, provocou acidentes e feriu à bala pessoas.

O artista plástico teve a prisão preventiva decretada, mas ainda está foragido. Para especialistas, o artista plástico sofre de uma doença psiquiátrica. Ele não foi o primeiro a surtar e sair disparando e atacando pessoas inocentes.

Como seria o homem que saiu de casa com um colete à prova de balas e uma arma em punho atirando contra carros e pessoas? A namorada diz que ela e o artista plástico Michel Goldfarb Costa, de 34 anos, passaram o fim de semana juntos na casa dele e não o viu sair na manhã de segunda-feira (9). “Ele é muito calmo, sossegado. Não é agressivo, nada disso”, comentou a namorada.

Segundo a polícia, ele saiu de um condomínio de luxo em Cotia, na Grande São Paulo, e cometeu uma sequência de crimes. Em 21 minutos, Michel percorreu 25 quilômetros entre a Zona Sul e a Zona Norte de São Paulo.

No percurso, roubou um táxi e saiu dirigindo em alta velocidade, provocando acidentes. Bateu em um ônibus e em carros, roubou outros veículos e seguiu atirando nos motoristas. Feriu duas pessoas e, em uma ponte da Marginal Tietê, o suspeito sumiu.

Mas o que leva uma pessoa a sair de casa armada atirando, ferindo as outras? Ainda é cedo para afirmar, mas com base nas informações que se tem até agora, os psiquiatras acreditam que se trate de um transtorno mental.

“Nós temos algumas características nesse tipo de ação dele: multiplicidade de golpes, ausência de motivos plausíveis, ferocidade na execução, falta de premeditação. Ele também não procura dissimular nada. Então, esse tipo de comportamento remete diretamente a um individuo que está em um desequilíbrio mental”, avalia o psiquiatra forense Guido Palomba.

Outros casos de ataques assim já assustaram a capital paulista, como o do estudante de Medicina Mateus da Costa Meira, que saiu atirando em um cinema de um shopping e matou três pessoas em 1999.

Há pouco mais de dois anos, o professor de Educação Física Alessandre Fernando Aleixo atacou com um taco de beisebol um jovem em uma livraria. Henrique de Carvalho Pereira, de 22 anos, morreu dez meses depois por traumatismo craniano.

Os motivos para essas situações ainda são um mistério, mas os médicos dizem que é possível perceber que algo está errado quando alguém apresenta uma mudança brusca de comportamento.

“Quando o indivíduo começa a mudar bruscamente seu modo de agir, quando o indivíduo que se comportava de uma maneira começa a mudar de maneira importante no seu jeito de agir e de relacionar comas outras pessoas, isso pode levar suspeita de que ele pode estar apresentando algum quadro psiquiátrico”, aponta o psiquiatra Quirino Cordeiro Júnior.

“Tudo leva a crer que ele estava num surto psicótico. Ele começa tendo um determinado tipo de ação. Ele vai em frente e não para. Não existem obstáculos e ele vai tirando da frente, da forma dele, como as coisas estão acontecendo. Não existe premeditação nenhuma”, acrescenta o psiquiatra forense Guido Palomba.

Os especialistas ressaltam ainda que nem toda pessoa com transtorno mental é uma pessoa violenta. O advogado de Michel Goldfarb esteve na delegacia e disse que está tentando localizar o cliente para apresentá-lo à polícia e para que ele possa apresentar sua versão do que aconteceu.

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