quinta-feira, 12 de janeiro de 2012



Cansei!!!!!!!!! E quero falar!!


Vou falar o que sinto, interneté feita para isso mesmo, sei q algumas pessoas vão me criticar...Mas não aguento mais ver fotos, denuncias de pessoas mal-tratando animais e as pessoas todas vem defender os animais, cachorro, vaca, paca, tatu cutia.etcc, etc,, etc.. Mas estou aqui para falar de cachorro hoje.
Quando, nos idos dos anos 80, Eduardo Dusek cantava “Troque seu cachorro por uma criança pobre”, o público ria do besteirol do roqueiro sem se dar conta de que por trás da música aparentemente engraçada havia um protesto que de engraçado nada tinha.
Quando li na Ultimato dia desses acerca dos bilhões de dólares gastos anualmente (pasme! bilhões!!) com animais de estimação, sendo que de longe a maior vedete desse cenário é o canis lupus familiaris, acordei para um dos maiores contra-sensos da sociedade ocidental. (Quem tem bicho tem que cuidar direito sim e dar conforto, é obrigação. Tem gastos sim: veterinário, ração de boa qualidade, brinquedos para entretê-lo, arranjar um lugar decente para ele dormir. Isso é obrigatório se a pessoa escolheu ter o bicho ). Não que eu seja contra os queridos vira-latas ou de qualquer outra raça. Sem dúvida, a super bem sucedida parceria de 12 mil anos é um forte argumento para justificar a conta, mas quando voltamos os olhos para os meninos e meninas de rua, cujas vidas pequenas estão definhando nas esquinas e descobrimos que esses bilhões poderiam resgatar milhões desses pequeninos seres humanos da fome e desamparo agudos, então urge que se faça algo a respeito.
Segundo a Ultimato US$ 3.300.000.000 de dólares é quanto o Brasil movimentou este ano com o “pet business” (todos os gastos com animais de estimação, incluindo alimentação requintada, cuidados médicos, embelezamento, diversão, roupas, jóias etc)
Se dispensássemos 3 dólares por dia por criança, recuperaríamos com essa montanha de dólares milhões delas que, por falta de uma dieta básica que se poderia obter com essa quantia, está fadada a uma existência lesada, uma vez que já na sua primeira infância lhes falta o suprimento nutricional necessário para um desenvolvimento adequado…
Alguém já disse que a elite dessa país é burra. Se considerarmos que o menino de hoje vai ser o marginal de amanhã, tão somente porque tivemos a capacidade de gastar bilhões com cachorros e desprezamos nossas crianças, então teremos que engolir a seco essa verdade.
Problemas se solucionam com políticas próprias e dinheiro. Faça a sua parte.
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro (uauuu)
Troque seu cachorro por uma criança pobre
(…)
Seja mais humano, seja menos canino
Dê guarita pro cachorro, mas também dê pro menino
Se não um dia desse você vai amanhecer latindo, uau, uau, uau
Troque seu cachorro por uma criança pobre (Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre (Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre
O pior são os que além de gastar tanto com os peludos, às vezes até mesmo o tratam como integrantes humanos da família…
Estes bichos lambem as partes genitais, comem tudo que acham ( calangos, taruiras, baratas, fezes, papel higiênico [usado] e por ai vai, meu estômago embrulhou ) e ainda assim dão aquela bela lambida na cara de seu dono desavisado ( alguns retribuem o carinho ),sobem na sua cama, soltam pelo pela casa – Pensando bem, ei, humanos costumam também lamber partes genitais dos outros. Eca! Tem uns que vão ao banheiro e nem as mãos lavam, e eles estão por toda a parte, pegando na sua mão e beijando seu rosto, sobem na sua cama, alguns largam pelos também, na cama no banheiro, pia, etc.. …Bom, não sou contra animais de estimação …Mas acho que quem tem, deveria tê-los como animais.
No Rock da Cachorra, Eduardo Dusek fez uma proposta ousada: “Troque seu cachorro por uma criança pobre”. De fato, existem pessoas que consideram que a proposta faz sentido. Por exemplo, o programa de erradicação da pobreza extrema, do Governo Federal, chamado “Brasil sem miséria” estabeleceu como linha de pobreza o valor de R$ 70,00 (setenta reais) de renda per capita familiar. Ou seja, uma criança pobre no Brasil vive com uma renda próxima de R$ 70,00. Mas o custo de um animal de estimação da classe média brasileira é maior do que isto.

A dissertação de mestrado de Roberto Luís Carvalho, realizada na ENCE/IBGE, com base em pesquisa feita nos bairros do Grande Méier, na cidade do Rio de Janeiro, mostrou que os gastos com cães e/ou gatos, no orçamento familiar das famílias de classe média, desta região da zona norte, estava em torno de R$ 162,00. Ou seja, mais do dobro do que o “custo” de uma criança pobre. Desta forma, considerando apenas o valor monetário, pode-se considerar que os animais PETs vivem melhor do que as crianças pobres.

Mas o padrão de vida de alguns cachorrinhos podem ter valores muito superiores, como ficou famosa a divulgação dos gastos com os passeios e as festas de Pepezinha, cadelinha de estimação da socialite Vera Loyola, maior símbolo de extravagância da Barra da Tijuca, a chamada Miami brasileira, no Rio de Janeiro. Muitas pessoas, na época, manifestaram o desejo de viver com o mesmo padrão da Pepezinha.

No livro “Time to Eat your Dog (or cat): The Real Guide to Sustainable Living” dois arquitetos da Nova Zelândia, Robert e Brenda Vale argumentam que manter um cão de tamanho médio tem o mesmo impacto ecológico do que a condução de 10,000 km por ano em um Land Cruiser. Assim, dizendo ironicamente, comê-los seria mais barato e ecologicamente correto, pois seria uma contribuição para salvar o Planeta, reduzindo os impactos da Pegada Ecológica e do aquecimento global.

A Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) possui um documento para estabelecer critérios uniformes para a proteção dos animais em todo o mundo: a Declaração Universal de Bem-Estar Animal, com diretrizes básicas de bem-estar, reconhecendo os animais como seres sencientes (que têm sentimentos).

Mas parece que a proposta de Eduardo Dusek não contraria os princípios da proteçao animal. Principalmente se considerarmos que a cultura do PET Shopping significa transformar os animais de estimação em objetos de consumo e símbolos de status das classes médias emergentes. Cuidar e proteger os animais selvagens ou domésticos é uma coisa. Transformá-los em símbolos da futilidade humana é outra coisa bem diferente e totalmente dispensável.
Desebafo de uma criança!abandonada.
http://www.stum.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=9931

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